sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Hidromel da Magia


Embora o termo não seja mais adequado, é Hidromel é popularmente chamado de “vinho de mel”.
O Hidromel não é feito a base de uva e esse nome foi-lhe dado para rivalizar com as bebidas feitas a base de uva,  uma vez que o plantio da fruta não encontrava condições climáticas propícias naquela região.
O Hidromel é obtido pela transformação dos açúcares do mel em álcool.
A técnica visa facilitar a ação de organismos microscópicos conhecidos como Saccharomyces cerevisiae, organismos estes que estimulam a multiplicação dos fermentos presentes no ar, no pólen e no próprio mel, o que acelera a transformação do açúcar do mel em álcool.
 Diz-se que a primeira menção histórica da bebida ocorreu em um dos hinos da rigveda, o documento mais antigo da cultura hindu (1700-1100 a.C)  e o primeiro dos Vedas.

Algumas  culturas antigas consumidoras desta bebida foram os celtas, os saxões e os vikings.
A famosa Lua de Mel surgiu de uma tradição Teutónica onde as mulheres para aumentarem a sua fertilidade bebiam hidromel, que acreditavam ter propriedades afrodiasicas.

Na Mitologia Nórdica, o hidromel aparecia como a bebida favorita dos deuses.
 Um tipo especial de Hidromel na mitologia nórdica era o Hidromel da poesia.
Depois da guerra Æsir-Vanir, todos os deuses Vanir (deuses da fertilidade) e Æsir (deuses da ordem e
soberania) juntaram as salivas em sinal de paz, resultando desta junção um deus da raça Vanir extremamente sábio, Kvasir.
Por cobiça da enorme sabedoria de Kvasir dois anões mataram o deus Kvasir e do seu sangue extrairam o Hidromel da Poesia.  De seguida o  gigante Suttung  robou o Hidromel da poesia dos anões.
Por fim, Ódin que desejava o mel da poesia mais que tudo robou-o de Suttung através do seu engenho
O Hidromel da poesia é uma bebida mítica da mitologia nórdica, que poderia dar o dom da inspiração, da poesia e da sabedoria àqueles que a bebessem.
Esta história pode ser equiparada a uma espécie de fermentação ou a um processo de alquimia.
Entre a guerra dos deuses, a cobiça dos anoes, a intervenção do gigante, as transformações do Ódin para conseguir o hidromel há muito simbolismo oculto - esses são os misterios que o mel encerra.

Ao apelidar este blog de Hidromel desejo que ele se torne um veículo de fertilidade, delicia, inspiração e sabedoria.
O processo de obter o hidromel é um processo dinâmico, seja ele simbolizado pela agitação e expansão provocadas pelas batérias na fermentação ou na história do Hidromel da Poesia pelas lutas/assinatos/oposições. 
Esse processo representa como hoje vejo a magia em contraste com a via antigamente pois antes ela para mim um processo harmonioso onde pretendia eliminar o conflicto.
Dai foi um passo até ressurgir o meu amor pela mitologia nórdica cheia de dinamismo onde a maior honra existente consistia em morrer na batalha  para serem transportados por Ódin (o iniciador) para paraiso nórdico chamado Valhalla.
Valhala ao contrário do paraiso cristão não era um lugar onde reinava a paz eterna acompanha pelas harpas dos anjos.  Valhala era antes um lugar onde os guerreiros nórdicos lutavam constantemente entre si para aperfeiçoar as suas artes de batalha até chegar o dia de Ragnorok onde lutariam lado a lado dos deuses.